sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Web Zone: Campanha de candidata à prefeitura em Fortaleza bloqueia blog por engano

Na manhã desta terça-feira (09/09), os responsáveis pelo blog TwitterBrasil.org foram comunicados por sua empresa de domínio que a URL havia sido bloqueada por notificação do Tribunal Superior Eleitoral.

O blog criado em janeiro e mantido por Raquel Camargo, Fernando Souza e Gabriela Zago não tinha feito nada de errado - o problema estava no entendimento da assessoria jurídica de uma candidata à prefeitura de Fortaleza, no Ceará.

A campanha de Luizianne Lins, candidata à reeleição em Fortaleza pelo PT, entrou com ação no Tribunal Superior Eleitoral para tirar do ar um perfil falso no serviço Twitter que, segundo sua assessoria, divulgava informações de maneira jocosa.

Na ação, a campanha pedia não apenas a exclusão do perfil falso, como a quebra de sigilo para indicar os IPs dos responsáveis pela criação e atualização da conta.

Isabel Mota, assessor jurídica da campanha, pediu também que o Twitter Brasil, disponível no www.twitterbrasil.org, fosse notificado para, segundo ela, "apresentar o IP dos responsáveis".

No meio da entrevista, o repórter se confunde. Pergunta a Mota se ela sabe que o Twitter não tem representação oficial no Brasil - de fato, o Twitter conta apenas com um escritório (novo, aliás) na Califórnia.

Mota responde. "Fizemos a busca e percebemos que existia o twitterbrasil.org. Pedimos para que fosse notificado considerando que os registros referentes ao nome 'Twitter' aqui no Brasil apontavam para este domínio".

A advogada sabe que o Twitter é uma iniciativa estrangeira, mas justifica o pedido de notificação afirmando que, além de existir um escritório no Brasil que atende por TwitterBrasil.org, "o nome é igual".

Em conversa com a reportagem, o juiz Emanuel Leite Albuquerque, responsável pela decisão, parece confuso quando é informado que o Twitter não tem representação oficial no Brasil - o endereço na petição aponta para um estabelecimento no Rio Grande do Sul.

Trata-se da O2 Internet, empresa responsável pelo domínio do Twitter Brasil e que recebeu a notificação judicial pedindo pelos IPs de usuários sobre os quais a companhia não tem qualquer tipo de controle.

Albuquerque afirma que não é intenção tirar o Twitter do ar no Brasil, como foi aventado por usuários tanto em blogs como no próprio serviço, apenas o perfil falso indicado pela ação. Problema é que o processo contempla também a notificação do Twitter Brasil.

"Basta que eles (responsáveis pelo Twitter Brasil) enviem um ofício esclarecendo que não têm qualquer relação com o Twitter" para que a notificação seja retirada e o site volte ao ar, explica a advogada.

A reportagem pergunta a Isabel de quem é a responsabilidade: do Twitter Brasil em esclarecer que não tem relação formal nenhuma com a empresa Twitter Inc.; ou da campanha de Luizianne em procurar saber se há laços entre ambos antes da ação.

"Como podemos ter certeza (que ambos não têm relações formais diretas)? Não temos como saber. Existe uma reação na Justiça e esta é a forma que a coligação entende que deve tratar o caso. Não pedimos para retirar, mas apenas para ser notificado para apresentar o IP dos responsáveis. Eles diriam que não são responsáveis".

A campanha de Luizianne pode não saber, mas já está na boca do povo que discute o suposto bloqueio do Twitter no Brasil.

Já tínhamos nossas vilãs para o YouTube (Daniela Cicarelli) e para o WordPress (a advogada supostamente filmada em relações sexuais). Pela total falta de consciência sobre como a internet funciona, a candidata acabou de se tornar a vilã para o Twitter.
Este post tem apuração e redação de Guilherme Felitti, editor-assistente do IDG Now!
Do Site IDG NOW 

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